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terça-feira, 27 de novembro de 2012
Trabalhadores se mobilizam e fim do fator previdenciário pode ser votado nesta quarta
O Projeto de Lei 3299/08, que acaba com o fator previdenciário, pode ser votado nesta quarta (28/11) na Câmara Federal. Representantes das Centrais Sindicais e de entidades de aposentados voltam a Brasília nesta terça e quarta para pressionar os parlamentares a colocar a matéria em votação. A Fecomerciários estará presente, com o presidente Luiz Carlos Motta e vários dirigentes sindicais comerciários.
Na semana passada, cerca de 150 sindicalistas fizeram manifestações em Brasília, para convencer os deputados e o presidente da Casa, Marco Maia, a utilizar a fórmula 85/95, que soma a idade ao tempo de contribuição até atingir o valor 85 para as mulheres e 95 para os homens.
Violência contra Mulher custou 5,3 milhões em internações ao Estado
A violência contra mulheres no Brasil causou aos cofres públicos, em 2011, um
gasto de R$ 5,3 milhões somente com internações. O dado foi calculado pelo
Ministério da Saúde a pedido da Agência Brasil. Foram 5.496 mulheres internadas
no Sistema Único de Saúde (SUS), no ano passado, em decorrência de
agressões.
Além das vítimas internadas, 37,8 mil mulheres, entre 20 e 59 anos,
precisaram de atendimento no SUS por terem sido vítimas de algum tipo de
violência. O número é quase 2,5 vezes maior do que o de homens na mesma faixa
etária que foram atendidos por esse motivo, conforme dados do Sistema de
Informações de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
A
socióloga Wânia Pasinato, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da
Universidade de São Paulo (USP), destaca que além dos custos financeiros, há
“enormes prejuízos sociais” gerados pela violência contra a mulher. Ela citou
estudos que indicam, por exemplo, que homens que presenciaram cenas de violência
doméstica durante a infância tendem a reproduzir, com mais frequência,
características de dominação e agressividade em suas relações
afetuosas.
“Os danos para a sociedade são enormes, com perdas em
diversas esferas. Além de impactar a forma como os filhos dessas relações vão
constituir suas próprias relações no futuro, as mulheres vítimas de violência
deixam de produzir e de se desenvolver como poderiam no mercado de trabalho”,
explicou, acrescentando que também é comum que as vítimas incorporem a violência
e a agressividade em seus relacionamentos e nas formas de comunicação.
A
diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, organização não governamental
que atua em projetos de defesa dos direitos da mulher, Jacira Vieira de Melo,
destacou que os números confirmam que, apesar de a Lei Maria da Penha, criada há
seis anos, ser uma referência nacional e conhecida pela maioria da população, a
violência contra a mulher ainda é um grave problema social. Ela defende que para
enfrentar a questão é preciso fortalecimento das políticas públicas e incremento
orçamentário.
“Pesquisas de opinião indicam que mais de 95% da população
já ouviram falar na lei, que prevê punições severas para os agressores. Ela tem
contribuído para que a violência contra a mulher cada vez mais seja vista como
violação de direito fundamental, como crime, mas as estatísticas mostram que a
questão continua sendo um grave problema social”, disse, lembrando que a
violência é a maior causa de assassinatos de mulheres no Brasil.
Dados
do Mapa da Violência 2012, estudo feito pelo sociólogo Julio Jacobo, atualizado
em agosto deste ano, revelam que de 1980 a 2010, foram assassinadas no país
quase 91 mil mulheres, das quais 43,5 mil somente na última década. De 1996 a
2010 as taxas ficaram estabilizadas em torno de 4,5 homicídios para cada 100 mil
mulheres.
Agência Brasil/Força Sindical
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