Estudo da OCDE recomenda mais
investimento em educação para reduzir o desemprego entre a população de 15 a 24
anos
O Brasil tem conseguido melhorar o
nível de emprego da população nos últimos anos, mas não para todo mundo. Os
jovens têm três vezes mais riscos de ficarem desempregados no País do que um
adulto, mostra a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), que divulga, nesta terça-feira, 22, em um evento em Brasília, um extenso
relatório sobre o emprego entre os jovens brasileiros, o primeiro do tipo para
mercados emergentes e com conclusões não muito animadoras.
A principal recomendação da OCDE para
melhorar o desemprego entre os jovens é aumentar o investimento em educação,
além de buscar medidas para estimular, seja por meio de redução de custos, a
contratação das pessoas mais novas. O documento, de 184 páginas, destaca que em
2012 um quarto das pessoas com idade para trabalhar no Brasil tinha entre 15 e
24 anos. Entre os desempregados, 46% eram jovens.
A recente decisão da presidente Dilma
Rousseff de alocar parte dos royalties do petróleo em educação é elogiada no
documento e vai permitir que o Brasil aumente o porcentual do PIB investido em
educação. Mas "esforços adicionais" precisam ser feitos, alerta a OCDE, como
melhorar a qualidade do ensino básico e garantir que os investimentos em
educação sejam gastos de forma eficaz.
Regiões e raça
O mercado de trabalho para os jovens no
Brasil é muito desigual, destaca o relatório, sobretudo entre as regiões do País
e em termos raciais. A probabilidade de uma jovem negra que mora no Nordeste
ficar desempregada é de 28,6%, enquanto na região Sul é de 7,6%. Além disso, o
relatório conclui que a qualidade dos postos de trabalho ocupados por jovens é
pior no Brasil que na média dos países da OCDE. O emprego informal, apesar da
queda significativa nos últimos anos, ainda é alto e a mudança de empregos
também é muito elevada para padrões internacionais, destaca o
estudo.
O relatório cita ainda outros problemas
do mercado de trabalho no Brasil que desencorajam a contratação de pessoas mais
novas. Pelo lado da oferta, muitos jovens não têm as qualificações necessárias.
Pelo lado da demanda, as empresas podem ficar desestimuladas em contratar jovens
por causa dos altos custos da contratação no Brasil para padrões
internacionais.
Por isso, além da melhora da educação,
outra recomendação da OCDE é para que o Brasil crie condições mais favoráveis
para os empregadores contratarem os mais novos, seja criando um salário mínimo
para jovens ou via subsídios ou, ainda, por meio de menores taxas de
contribuição para a previdência pública.
No caso da qualificação, a OCDE sugere
que o governo crie mais programas para qualificar professores, estimule a
permanência dos jovens nas escolas mais horas ao longo do dia e incentive o
estágio profissional. Apenas 3,1% dos estudantes do ensino secundário fazem
estágio no Brasil, destaca o documento. Além disso, a OCDE diz que o governo
brasileiro precisa assegurar que o programa Bolsa Família não desestimule o
emprego entre seus beneficiários.
Fonte: Força
Sindical
Nenhum comentário:
Postar um comentário