Fonte: DCI/Força
O chamado eSocial, que deverá digitalizar a folha de
pagamentos, além de unificar as declarações trabalhistas, aposentará a carteira
de trabalho em papel, afirmou o auditor fiscal Samuel Kruger, gerente do
Projeto eSocial da Receita Federal. Ele também comentou que esse projeto, que
faz parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), agilizará as
demandas do INSS.
"O eSocial está embasado em três grandes objetivos do
governo federal: garantir direitos trabalhistas e previdenciários,
simplificação do cumprimento das obrigações e aprimorar a qualidade da
informação da seguridade social. Sabemos [governo] que trabalhadores chegam ao
balcão [do INSS] para pedir a aposentaria com muita papelada na mão. Sabemos
que ele nem sempre é atendido prontamente, e que tem que provar mil coisas. Com
o eSocial será possível realizar as atividades administrativas com mais
eficiência", argumentou.
O gerente do projeto eSocial comenta que, para as empresas,
a principal vantagem será a diminuição da burocracia, o que, ao mesmo tempo,
beneficiará os órgãos federais envolvidos nas relações trabalhistas. "A
ideia é que o eSocial supra todas as necessidades da Receita, dos Ministérios
do Trabalho e da Previdência Social e do INSS, sem que haja outras declarações.
O projeto será a única fonte de informações para esses órgãos. Hoje, cada um
exige uma declaração no seu padrão, com vencimentos diferentes e havia muitas
reclamações [de empresas] sobre isso", disse Kruger.
"O eSocial marca uma nova era das relações de trabalho.
O que preocupa, contudo, é que uma grande maioria das empresas ainda não está
devidamente preparada para atender às novas obrigações", apontou Marcos
Bregantim, diretor de negócios de software da unidade de Tax & Accounting
também da Thomson.
Segundo ele, sondagem realizada em agosto pela empresa
mostrou que 70%, dos 2 mil executivos que atuam no segmento fiscal e tributário,
afirmaram que ainda não possuem nenhum projeto interno para atender a nova
obrigação.
Até 30 de abril de 2014, as empresas do lucro real devem
fazer o cadastramento no sistema. No final do primeiro semestre, será a vez dos
Microempreendedores Individuais (MEI) e do pequeno produtor rural - com módulos
diferentes e mais facilitados. E no segundo semestre, as empresas do lucro
presumido e do Simples Nacional.
Para Leandro Felizalli, diretor da Vinco Soluções
Tecnológicas, a principal preocupação, atualmente, é organizar a base de dados.
"A maior dificuldade será fazer o cadastro. Muitas empresas estão com os
dados [dos funcionários] desatualizados. Então está sendo uma correria para
resolver isso", entende o especialista.
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