Janeiro não é mês agradável quando o assunto é orçamento
doméstico. Ainda mais quando se vem de um ano difícil, com crescimento menor e
inflação preocupante. Mas um fator tem ajudado a, pelo menos, manter o jogo
equilibrado: mesmo que o salário do brasileiro esteja longe de ser exuberante,
os reajustes obtidos nos últimos anos e o aumento da renda foram determinantes
para sustentar a economia. Campanhas salariais com índices acima da inflação
correspondem a bilhões a mais em circulação.
Acordos de categorias profissionais numerosas, como
bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros, comerciários e trabalhadores
nos Correios, que negociaram no segundo semestre de 2013, representaram um
acréscimo de R$ 11 bilhões na economia. Segundo o Dieese, 2012 foi o melhor ano
para negociações salariais desde o início da pesquisa sobre o tema, em 1996. A
tendência é de que 2013 mostre resultados parecidos, embora com aumentos reais
(acima da inflação) menores.
A renda do trabalho vem aumentando nos últimos anos. Pelos
dados da pesquisa mensal da Fundação Seade e do Dieese em seis regiões
metropolitanas e no Distrito Federal, por exemplo, a massa de rendimentos está
próxima dos R$ 33 bilhões. Apenas três anos atrás, somava R$ 27 bilhões. Um
acréscimo de R$ 6 bilhões, considerando o maior número de pessoas no mercado e
o crescimento do salário
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