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quinta-feira, 20 de março de 2014

Aluno com nota melhor consegue salário mais alto

Fonte: Folha de S. Paulo
Notas melhores na escola são seguidas por maior remuneração no mercado de trabalho. Essa hipótese acaba de ser testada no Brasil e se mostrou verdadeira.

Um estudo da Fundação Itaú Social revela que alunos com nota 10% maior em português no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) têm remuneração 5% superior no início da carreira. Para pontuações 10% mais altas em matemática, o incremento de renda é de 4,6%.

A pesquisa, conduzida pelos economistas Andréa Zaitune Curi (FGV) e Naércio Menezes Filho (Instituto de Ensino e Pesquisa – Insper), foi realizada em todas as unidades federativas, com grupos de jovens de duas gerações, uma nascida em 1977 e 1978 e outra em 1987 e 1988.

“Esses resultados são importantes porque mostram o valor do aprendizado”, afirma Menezes Filho.“Havia muita dúvida no Brasil se o efeito de mais anos de estudo poderia ser amplificado com mais qualidade.”

Os resultados do estudo descontam o efeito que outras variáveis -como sexo, cor ou o fato de ter frequentado uma faculdade após o ensino médio- possam ter sobre ganhos salariais futuros.

Dessa forma, o aumento de 5% no salário para um aluno que teve pontuação 10% maior do que outro em português não inclui o ganho extra que ele também possa ter conseguido por ter cursado uma faculdade, por exemplo.

Segundo Patrícia Mota Guedes, gerente de educação da Fundação Itaú Social, já há consenso sobre a importância de mais anos de escolaridade, mas faltam avaliações sobre o impacto da qualidade do ensino.

O estudo, diz ela, preenche essa lacuna. Patrícia espera que a conclusão da pesquisa ressalte a importância de reforçar a aprendizagem de cada aluno, independentemente do seu nível de proficiência.

DADOS 
Há cerca de duas décadas, estudos internacionais indicam o forte impacto da qualidade do ensino escolar sobre os salários futuros. O ganho de renda reflete a maior produtividade do aluno que aprendeu mais.

No Brasil, as pesquisas existentes têm foco no efeito dos anos de escolaridade sobre o desempenho no mercado de trabalho.

Segundo a Fundação Itaú Social, é a primeira vez que um estudo analisa o impacto da qualidade do ensino no país.

Uma das dificuldades para pesquisas desse tipo no Brasil é a falta de dados para acompanhar o desempenho individual de cada aluno.

O estudo da Fundação Itaú Social contorna essa barreira acompanhando duas gerações, uma nascida em 1977 e 1978 e outra em 1987 e 1988, agrupadas de acordo com algumas características.

São analisados os resultados da pontuação desses grupos no Saeb e, posteriormente, seus salários com idade entre 22 e 23 anos.

“O fato de que encontramos um ganho salarial expressivo já no início da carreira é importante porque esse ganho tende a se ampliar ainda mais com o tempo”, diz Menezes Filho.

Os pesquisadores também analisaram dados do Censo Demográfico e da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio).

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