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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Redes de farmácias despontam entre as varejistas no país

Fonte: Hoje em Dia - BH/Fecomerciários
As redes de farmácias despontam entre as varejistas que mais estão investindo em expansão de número de lojas no Brasil. Diante de um mercado de varejo farmacêutico que ainda é muito pulverizado, líderes vêm abrindo um número de lojas novas por ano na casa de uma centena, ritmo comparável ao de gigantes do varejo nacional, como Lojas Americanas ou o Grupo Pão de Açúcar, com seus minimercados. Para especialistas, as redes procuram ocupar novos espaços e ganhar mercado antes que a competição, inclusive de grupos estrangeiros, ganhe fôlego.

"Quem chega primeiro bebe a água mais limpa", declarou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Deusmar Queirós, presidente da Pague Menos, ao justificar o plano de inauguração de 90 lojas este ano e pelo menos 80 em 2015. Terceira maior rede de farmácias do Brasil em faturamento, a Pague Menos é acompanhada pela líder RaiaDrogasil e a segunda colocada, a DPSP, na forte expansão. "Concorrentes estão vindo? Pode ser que venham com mais força", disse Marcílio Pousada, presidente da RaiaDrogasil. "Estamos ocupando o mercado com velocidade porque estamos sendo competentes."

Pousada afirma que a RaiaDrogasil deve manter em 2014 e em 2015 o ritmo de cerca de 130 lojas novas por ano, assim como ocorreu em 2013. Ele defende que o envelhecimento da população brasileira e o comportamento da renda das famílias criam condições favoráveis para manutenção do ritmo de crescimento de vendas do setor e sustentam os investimentos em novas lojas. Já a DPSP, formada pela união de Drogarias Pacheco e São Paulo, planeja 100 novas lojas para 2014, segundo o diretor de marketing Roberto Tamaso. "Para 2015 ainda não temos um número definido, mas a expectativa é superar 2014", disse. Atualmente, o grupo possui 866 lojas divididas entre as duas bandeiras.


O professor da Universidade de São Paulo e especialista em varejo, Nelson Barrizzelli, avalia que nos próximos anos o investimento em expansão em farmácias pode ser ainda maior, com mais grupos investindo para abrir lojas de forma mais acelerada. Hoje, alguns grupos ainda estão concentrados no processo de integração após fusões e aquisições e expandem menos. Espera-se que a CVS Health, companhia norte-americana que chegou ao Brasil com a compra da Onofre, por exemplo, faça novas aquisições e cresça em número de lojas. A Brasil Pharma, quarto maior grupo de farmácias criado pelo BTG Pactual, vem informando que desacelerou o ritmo de expansão para se concentrar em integrar suas marcas.

Fusões e Aquisições
O foco em crescimento orgânico não significa que o período forte para fusões e aquisições tenha acabado. Além de aquisições da CVS, no mercado também se espera que a Ultrapar, que tem histórico de numerosas aquisições nos últimos anos, busque mais ativos no varejo farmacêutico. Ao comprar a Extrafarma, a companhia também falou em acelerar o número de lojas abertas por ano, saindo do ritmo de 40 a 50 inaugurações anuais antes da aquisição, para uma média próxima das líderes.

Apesar de ver potencial para novas aquisições, o Bank of America Merrill Lynch considera que hoje o grupo de consolidadoras está bem formado e há poucas redes de médio porte que poderiam ser compradas. "Isso nos leva a concluir que o crescimento deve vir da abertura orgânica de lojas, reduzindo a participação de mercado de redes independentes", concluem os analistas Diego Moreno e Thomas Humpert em relatório.

"Por enquanto estamos abrindo 130 lojas por ano e dá para se divertir bastante com isso, mas é claro que estamos atentos a todas as movimentações do mercado", comenta Pousada sobre possíveis aquisições na RaiaDrogasil.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que reúne as 29 maiores redes do país, calcula que as líderes do setor juntas ampliem o total de lojas numa média de 10% ao ano. A expectativa é de continuidade desse ritmo nos próximos anos, segundo o presidente executivo da entidade, Sérgio Mena Barreto. "As grandes redes ainda estão presentes num número pequeno de cidades do Brasil e há espaço para ampliar", afirmou.

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