Em reunião na próxima terça-feira (3/2), ministros vão negociar uma saída política para obter aval para as mudanças. Na defensiva com as manifestações das centrais sindicais, o governo federal prepara uma ampla reunião para negociar com os sindicalistas uma saída política para obter apoio às medidas de aperto nas concessões de benefícios sociais, como seguro-desemprego e abono salarial. O encontro será na sede do Banco do Brasil, em São Paulo, na próxima terça-feira. Ao menos quatro ministros devem estar presentes.
O governo quer sair da reunião com acordos pontuais e uma decisão de encaminhamento do pacote no Congresso.Presidentes e diretores das centrais vão debater o tema com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência), Manoel Dias (Trabalho) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência).
O governo anunciou um pacote de aperto nos benefícios mais rigoroso do que inicialmente preparado pela equipe econômica de Guido Mantega, apurou a reportagem. Esse cálculo já antecipava alguma concessão aos representantes dos trabalhadores por pressão no Congresso. Ao ceder de um nível mais alto, o governo ainda assim terminaria com um pacote de medidas mais duras do que as regras atuais.
No pacote, o governo aumentou de 6 para 18 meses a carência para o primeiro pedido de seguro-desemprego, e de 6 para 12 meses no segundo.
As centrais querem reduzir o prazo da primeira solicitação a 12 meses e manter em seis meses no segundo pedido.
O governo aceita negociar, mas apresentará uma proposta intermediária para o primeiro pedido, de 14 meses. O entendimento é de que a batalha em torno das medidas "ainda está por vir" e deverá esquentar na votação das duas Medidas Provisórias (MPs) com as novas regras, enviadas ao Congresso Nacional no final do ano passado. "O ministro Levy vai entregar o superávit de R$ 66,3 bilhões porque é essa a ordem da presidente Dilma Rousseff", disse uma fonte da área econômica.
O Estado mostrou ontem que a economia de R$ 18 bilhões anunciadas pelo governo com o aperto dos benefícios sociais está superestimada em R$ 7 bilhões, já que inclui corte em direitos adquiridos pelos trabalhadores no ano passado.
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